Paralisa da escolha… O que é e qual a origem da nossa paralisia?
Hoje em dia parece um coisa extremamente óbvia que as pessoas tem mais opções disponíveis para tudo do que o domínio sobre o que realmente querem. Eu vou falar mais sobre isso durante o artigo nos próximos tópicos abaixo.
A paralisia da escolha refere-se a o pensamento de que quanto mais escolhas temos, mais difícil será decidir por algo. Já tentou ir no mercado e comprar um iogurte qualquer? Bem-vindo ao seu momento de inércia e paralisia!
Você já parou para pensar o quanto você deixa de assumir algo por medo de dar errado? O fato é que se você está em uma situação hoje, tudo é resultado de escolhas feitas no seu passado que ajudaram você a chegar onde você está hoje.
Não importa o quanto isso impactou para você, mas tudo o que você fez reflete diretamente em quem você é hoje ou em como sua empresa está.
Escolhas, escolhas…
Quando pensamos em escolhas, podemos pensar em cereais nas prateleiras de mercado, camisas em lojas, fundo mútuo de investimento no mercado financeiro, planos de saúde, pastas de dentes e a lista seria infinita.
As pessoas que não se importam sobre valor agregado a produtos podem quase que ignorar muitas escolhas, recorrendo a produtos tradicionais e pessoas que se importam com benefícios podem sentir dificuldades em encontrar a escolha perfeita.
Ao adicionar opções, os economistas chamam isso de “Eficiência de Pareto” que faz as pessoas estarem melhores ao mesmo que faz com que ninguém fique pior.
E devido à proposição da verdade óbvia que mais escolhas nos tornam melhores, foi um grande impacto quando Sheena Ivengar publicou uma série de estudos, há mais de uma década, mostrando justamente o contrário. Ela identificou que existem circunstâncias nas quais adicionar opções reduzem a probabilidade das pessoas escolherem alguma. Isso se aplica para jogos simples até decisões complexas.
O poder da escolha
Sheena Iyengar estuda como fazemos escolhas e como nos sentimos sobre as escolhas que fazemos. No TEDGlobal, ela fala sobre ambos tipos de escolhas, as triviais (Coca ou Pepsi) e as mais profundas, e compartilha sua inovadora pesquisa que revela algumas surpreendentes atitudes sobre nossas decisões.
Como pensamos ao tomar decisões
Quando optamos por algo sempre acreditamos ser a escolha certa, se soubéssemos que ela é errada, nunca decidiríamos por ela.
Se você analisar o que tem feito nos últimos tempos, você tem orgulho de como está hoje? As decisões que você tomou no passado geraram o resultado esperado? Caso não, ainda dá tempo de agir. Se deram resultado, tome novas decisões, mas não pare de evoluir.
O seu destino está nas suas decisões! O que falta para você decidir mudar a vida que você tem hoje ou de colocar sua empresa nos eixos? Muitas vezes é o medo de cometer novas decisões e perder tempo e dinheiro!
O paradoxo da escolha
Quando pensamos em decisões pense no seguinte cenário. Você levanta de manhã e começa a escolher: Qual escova de dentes, qual sabonete, qual toalha, café preto ou com leite, pão ou cereais, terno e gravata, calça e camisa, são centenas de micro decisões logo ao acordar. Já parou para pensar quantas micro decisões você toma até chegar no trabalho? CENTENAS!!!
São tantas opções que você não consegue se decidir logo e entra no que chamamos de paralisia da escolha. Opções demais dificultam nossa percepção do que é bom ou ruim e entramos em um conflito interno, mesmo em tomadas de decisões de baixo risco.
De onde originou este conceito sobre a paralisia da escolha
Barry Schwartz, psicólogo e professor de teoria social e ação social da Swarthmore College, na Pennsylvania, EUA, aborda o tema do paradoxa da escolha em seu livro “O Paradoxo da Escolha – Por que Mais É Menos”. Os próximos dois parágrafos fazem parte do descritivo do livro.
No livro ele trata das escolhas com que nos deparamos em quase todas as esferas da vida: educação, carreira, amizade, sexo, relações amorosas, criação dos filhos, práticas religiosas e o consumo em geral.
Mas Schwartz também deixa claro que não está dizendo que a escolha não melhora nossa qualidade de vida. Ela permite controlar nosso destino e quase sempre conseguir exatamente o que queremos de qualquer situação.
Você pode entender mais sobre o livro assistindo este vídeo com legendas em português:
Como sair da paralisia da escolha
Quando pensamos em conseguir tomar melhores decisões, precisamos entender alguns princípios para que possamos nos nortear em relação às escolhas que precisamos tomar ao longo do dia, conforme comentado anteriormente.
Perceba as seguintes dicas para entender como melhorar seu processo de decisão e tomar decisões mais assertivas no seu dia pessoa e profissional.
Clareza de objetivo
Mesmo parecendo óbvio, mas pense. Qual a sua certeza sobre as suas prioridades e princípios em relação ao que você está buscando? Você precisa definir e alinhar os objetivos a serem alcançados dentro da sua vida e da sua empresa.
Se você precisa comprar algo para sua casa, limite as opções (marcas, características e valor máximo que deseja investir) e siga seu plano inicial.
Estando na empresa, comunique claramente seu objetivo com a equipe, de tal forma que haja um alinhamento completo do que deve ser feito e alcançada.
Limitando as possibilidades da escolha ajudará você a tomar maiores e melhores decisões.
Ainda, um fator importante para que você considere é entender qual objetivo e resultado específico você espera obter. Quanto mais específico for o resultado esperado, menos opções você terá e, desta forma, suas decisões serão mais simples de serem tomadas.
Ter clareza é algo tão importante que no Dono do Tempo coloquei um módulo inteiro somente para abordar este assunto.
Estabeleça papeis determinantes para decisões críticas para sair da paralisia da escolha
A partir do momento que existe clareza no que deve ser definido mantenha uma estrutura simples para dar mais valor ao que você busca alcançar.
De nada adiantará você ter clareza em relação ao que quer, se você desvia o foco e busca várias coisas em paralelo como complementação.
Decisões melhores aumentam a sua capacidade de não abraçar o mundo e aprender a dizer não.
Crie um processo de decisão claro e objetivo
O seu processo de decisão não precisa ser doloroso. A pergunta central é: estou satisfeito com o resultado e o resultado da minha decisão não está prejudicando ninguém? Se as suas decisões prejudicam outras pessoas, de que forma você pode mudar sua decisão para obter resultados tão bons quantos sem que ocorra este ônus?
Se você for aplicar o processo no trabalho, não esqueça de criar indicadores e métricas para analisar resultados e poder realizar eventuais ajustes. Em negócios não podemos ficar no “achismo”. Precisamos de dados concretos para mensurar e agir de forma mais assertiva e reduzir as margens de erro e retrabalho.
Uma coisa é certa: Você irá errar em algum momento. Aceite que dói menos!
As pessoas certas no lugar certo para que a paralisia da escolha diminua
Existem pessoas certas para as atividades certas. Analise em casa quem faz qual atividade dentro da rotina. Quem é mais objetivo, quem “se perde” no meio do caminho? Entender os perfis diferentes pode ajudar a criar uma nova rotina específica para que as decisões possam ser tomadas de forma coletiva e a implementação destes processos (por mais simples que pareçam) sejam atendidos de forma mais coerente.
Neste item podemos citar também a meritocracia, isto é, valorizar os resultados e contribuições que estão nos permitindo gerar melhores resultados e, por consequência, geram um aumento da performance em todos os sentidos.
Se você quiser pode definir objetivos e recompensas por melhorias. Não precisam ser coisas complexas e caras. Podem ser um simples chocolate a um jantar. Cabe valorizar e celebrar estas conquistas de mudança.
Seja o exemplo
Não basta querer que as pessoas ao seu redor mudem. Mude você primeiro! Seja o exemplo que quer ver nos outros! Quanto mais congruência você tiver entre as suas falas e ações, mais credibilidade passará. Quanto mais credibilidade, mais adesão a este “movimento” você irá obter.
Ninguém gosta do estilo “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, não é mesmo?
Comece analisando quais as coisas que você faz hoje e como isso tem afetado o seu rendimento. Será que tudo o que você faz agrega valor ou apenas aumenta a sua falta de eficiência.
Saber o que fazer e quando fazer é essencial para você gerar crescimento contínuo na sua rotina. Pensando assim, você irá contribuir com os seus resultados.
Assumindo o compromisso
Implementar estas mudanças não é uma tarefa que você consegue fazer apenas estalando os dedos. Requer muita reflexão, ajustes, prática e mais prática.
O principal de tudo é querer mudar e aprender como lidar com o excesso das escolhas que temos.
Quanto mais simples for sua abordagem, melhores serão seus resultados
Aprender a dimensionar expectativas para que não hajam tantas frustrações é um fator chave aqui. Entretanto, este será apenas um dos fatores que impactarão no sua decisão e felicidade com o retorno esperado.
Então, o que você decide?
Um forte abraço!
Ricardo
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