Pense em liderança!

Você já percebeu que algumas empresas parecem que foram feitas para brilhar enquanto outras aparentam sempre estar dando voltas em círculos?

Quando falamos de empresas com uma liderança ativa e engajada normalmente pensamos logo em um líder que é capaz de fazer as pessoas diretamente ligadas ao seu setor ou ao projeto a ser executado se doarem ao máximo em prol dos resultados esperados.

Mas se pensarmos desta forma será que as pessoas envolvidas no projeto realmente são as pessoas certas para a função ou foram selecionadas simplesmente porque não havia opções melhores?

No livro Good to Great – Empresas feitas para vencer de Jim Collins, o autor apresenta uma análise de empresas que brilham e busca chegar a uma conclusão de quais fatores influenciam o sucesso de grandes empresas.

Pensando neste sucesso convido você para embarcamos juntos em uma reflexão sobre a liderança exercida dentro do grupo no qual você está e abrir uma oportunidade de aprendizado sobre este assunto.

Neste artigo de hoje você irá encontrar os seguintes assuntos:

  1. Primeiro as pessoas no barco, depois a direção a ser seguida
  2. Quem antes do o quê para uma liderança eficaz
  3. Por que times se dissolvem com a saída do líder
  4. 3 regras práticas sobre decisões envolvendo pessoas
  5. Concluindo

 

1. Primeiro as pessoas no barco, depois a direção a ser seguida

Uma verdade muito clara é que uma empresa surge da necessidade de atender um nicho de mercado carente, da visão de criar algo novo ou da oportunidade de atuar em um nicho não explorado.

Debate-se muito sobre a importância da definição de planos de negócios, definição de objetivos, contratação de gestores e pessoas que podem assumir as mais diversas áreas e responsabilidades dentro das empresas.

Mas quando você define exatamente o foco de onde quer chegar e percebe que, por algum motivo, seja ele uma falta de resposta de mercado, a descoberta de uma nova solução, e precisa alterar o seu foco inicial. O que você acha que acontece com a sua equipe?

As pessoas se conectam com propósitos

Quando pessoas entram para uma empresa elas buscam atender uma vontade interna de realização e querem que a empresa que elas escolheram seja capaz de corresponder com estas expectativas de tal forma que a realização e o crescimento pessoal e profissional acontece.

Então havendo uma mudança no propósito da empresa, muitas vezes, irá desestimular alguém que estava muito conectado com este propósito.

Aqui entra a diferença no tipo de pessoa que você coloca na sua empresa.

Pessoas que estão na empresa devido a outras pessoas que estão comprometidas em atingir os resultados e ajudam as demais pessoas da equipe são mais voláteis, ou seja, elas aceitam melhor eventuais mudanças necessárias e percebem que estas mudanças são parte de suas rotinas e irão acontecer, mais cedo ou mais tarde.

Em contrapartida, pessoas que estão apenas ligadas com um objetivo final ficam desmotivadas, se este objetivo for alterado ou abandonado por diversos fatores.

O que acontece se as pessoas certas estão no barco?

Continuando, se você tiver as pessoas certas no seu barco (empresa) você elimina a necessidade de ficar constantemente motivando as pessoas e gerenciar o que estão fazendo.

As pessoas irão gerar uma automotivação criada por um estímulo anterior ou um novo desafio. Elas percebem que elas são parte de algo grande.

Por isso que mesmo sabendo a direção certa para seguir, mantendo as pessoas erradas no seu barco você não conseguirá obter o sucesso que tanto deseja.

Ter uma visão de futuro para sua empresa sem levar em conta as pessoas que estão nela acaba fazendo com que a visão de futuro se torne quase irrelevante.

 

2. Quem antes do o quê para uma liderança eficaz

Tenho certeza de que algumas pessoas, ao lerem este artigo, devem estar falando. O conceito de você ter as pessoas certas é bastante óbvio e não é novo. Afinal faz parte de todas as teorias gerais da administração.

O fato é que a ideia central de ter as pessoas certas é realmente extremamente simples de ser entendido, porém a execução é bem mais complicada do que acreditamos ser.

Você já deve ter escutado falar que pessoas são contratadas pelo seu perfil técnico e demitidas pelo comportamental.

Grandes contratações seguem o modelo de referência contrário a este.

Primeiramente você avalia questões comportamentais para saber o perfil da pessoa e se conseguirá estar inserido dentro do grupo para o qual está sendo avaliado.

Somente em um segundo momento avalia-se a qualidade técnica.

Mas por que deste conceito? Se a pessoa não tem capacidade técnica necessária, ela nem precisa passar por outros testes, não é mesmo?

Sim e não!

Quando você tem pessoas na sua equipe que sabem se relacionar com os demais membros e, havendo necessidade, com clientes. Você consegue fazer com que esta pessoa adquira habilidades técnicas melhores, aprenda e evolua tecnicamente.

Mas quando você encontra pessoas com um perfil comportamental a ser trabalhado, a mudança é mais lenta e resistente.

Logo a mudança técnica é mais simples (eu disse simples e não fácil) de ser implementada e desenvolvida.

A questão é se a pessoa que você contratou quer se comprometer com o resultado esperado e está disposta a dar o melhor de si.

Deixando claro que a pessoa precisa apresentar o mínimo necessário para conseguir executar sua função dependendo do nível de expectativa gerado para a vaga.

Os conceitos de intensidade de conhecimento são diferentes para alguém que está começando a sua carreira profissional em relação a quem já possui um tempo de jornada.

 

3. Por que times se dissolvem com a saída do líder

Muitas vezes, quando o líder ou gestor deixa a empresa ou é transferido de setor, a equipe acaba ficando sem o rumo necessário e o projeto não alcança o resultado esperado ou todos ficam sem saber exatamente o que fazer.

Mas por que ocorre este problema se há uma liderança efetiva envolvida?

Segundo Jim Collins tudo começa na definição do nível de líder. Você pode ter um líder que atua da forma desejada por empresas feitas para vencer ou você pode ter um líder que é o gênio com mil auxiliares.

Vamos entender um pouco mais sobre estes dois perfis?

O líder de empresas feitas para vencer é dito como líder de nível 5 (dito pelo autor como máxima liderança). Algumas atitudes deste líder:

  • Apresenta resultados extraordinários atuando como catalisador
  • Possui uma determinação inabalável para chegar aos melhores resultados de longo prazo
  • Estabelece padrões para uma empresa excelente e duradoura
  • Assume a responsabilidade por resultados ruins e não culpa outras pessoas ou fatores externos pela falta de resultados
  • É extremamente modesto
  • Foca no conjunto e não no individual
  • Considera primeiro quem e depois o quê (pessoas são mais importantes)

Em contrapartida, o “gênio” de mil assistentes também possui uma vontade imensa de apresentar resultados.

Qual a prioridade agora?

Quando começa um novo projeto a prioridade dele está no “o quê”, ou seja, ele primeiramente determina para onde todos devem seguir e como deve ser feito e depois busca encontrar as pessoas que podem chegar no resultado desejado.

Mas por que isso seria tão ruim assim?

Pelo simples fato de que este líder não estimula a autonomia da equipe e a busca por soluções próprias.

Quando este tipo de líder deixa sua função por quaisquer motivos a equipe perde toda a referência e não sabe mais exatamente como seguir ou a quem recorrer para resolver seus problemas.

O bom líder faz você se sentir seguro

O que faz de alguém um grande líder? O teórico em gestão Simon Sinek sugere que é aquele que faz seus empregados se sentirem seguros, que reúne os funcionários em um círculo de confiança. Contudo criar confiança e segurança, especialmente em uma economia desigual, significa assumir uma grande responsabilidade.

4. Regras práticas sobre decisões envolvendo pessoas

Mesmo que você pense que empresas com um tipo de líder que consegue gerar a inspiração em seus liderados e desenvolvê-los possa ser um lugar bastante desafiador para se trabalhar, a verdade é que você tem toda a razão!

Existe alguma fórmula mágica para o sucesso com pessoas? Não!

Mas mesmo assim você pode seguir 3 regras práticas que fazem parte do sucesso das empresas feitas para vencer.

 

Regra prática 1 – na dúvida não contrate, continue procurando

O que limita o seu crescimento e conhecimento não é, na maioria das vezes, a falta de recursos financeiros, crises de mercado ou qualquer outra desculpa que você queira apresentar.

Um item fundamental está relacionado com as pessoas! Sim, capital HUMANO.

O maior desafio é ter a quantidade necessária de pessoas certas para as funções certas.

Regra prática 2 – quando você sabe que precisa mudar uma pessoa, aja

As melhores pessoas não precisam ser controladas, nem gerenciadas!

Se você tiver que controlas em demasia as pessoas que estão na sua equipe certamente foi a contratação errada para a função.

Muitas vezes percebemos isso, mas demoramos a agir. Admitir que a escolha foi errada não é simples, muitas vezes temos que justificar o erro para com outras pessoas como gerentes e pessoas ao nosso redor.

Agora veja por outra ótica.

  • Qual o preço você está disposto a pagar em manter a pessoa errada no seu barco?
  • Qual o nível de esforço e energia gastos para manter a equipe na direção certa?
  • Como você pode auxiliar ao invés de controlar?
  • Qual o nível de tolerância que você terá com a falta de competência?

São perguntas para você analisar melhor e tirar suas conclusões e montar seu plano de ações.

Regra prática 3 – inclua suas melhores pessoas em suas maiores oportunidades, não nos seus maiores problemas

Se você precisa desenvolver uma área que acredita haver potencial de desenvolvimento e crescimento, você precisa pensar primeiramente em quem será o responsável por conduzir esta mudança.

Se você enxergar apenas o problema e não conseguir visualizar quem será determinante para esta nova função, seja alguém que está sendo transferido de outro setor ou alguém contratado, você precisa começar a mudar seu pensamento.

A pessoa com as características certas para atingir determinado público que possa ajudar a desenvolver sua equipe com liderança forte irá fazer toda a diferença futura na empresa e no grupo.

O que torna empresas desejáveis?

No Brasil anualmente são escolhidas as melhores empresas para trabalhar e gera um grande reconhecimento.

Segundo o site da Exame :

A pesquisa As 150 Melhores Empresas para Trabalhar (MEPT) nasceu em 1997 com a missão de valorizar as empresas que cuidam melhor de seus colaboradores. Esse trabalho é baseado em uma metodologia que foi se aperfeiçoando ao longo dos anos, tornando-se mais abrangente, crítica e rigorosa quando ganhou a parceria da Fundação Instituto de Administração (FIA) em 2006. Hoje, o Guia VOCÊ S/A — As 150 Melhores Empresas para Trabalhar é a melhor pesquisa de clima organizacional do país.

São vários critérios utilizados, mas as áreas centrais são gerais ou por cinco diferentes critérios: equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, remuneração, benefícios, segurança/progressão no emprego e gestão.

As 50 melhores empresas para trabalhar oferecem os seguintes benefícios:

  • 34% das empresas investem, em média, mais de 100 horas de treinamento por ano
  • 22% oferecem recursos para os funcionários utilizarem no programa de desenvolvimento que quiser
  • 67% delas oferecem programas de coaching
  • 33% oferecem programas de mentoring
  • 41% investiram mais em treinamento e desenvolvimento
  • 32% delas investiram mais em benefícios
  • 3% delas têm horário flexível para mais de 75% dos funcionários
  • 30% oferecem avaliação médica periódica aos funcionários
  • 31% possuem academia interna ou pagam mensalidades de academia para seus funcionários

Em resumo, todas as atividades e benefícios são benefícios que trazem o bem-estar para a equipe, motivando, trazendo saúde e equilíbrio.

Isso não quer dizer que não haverá pressão por resultados, apenas quer dizer que para cobrar o máximo, você precisa ter pessoas que tenham condições físicas, mentais e psicológicas para suportar o máximo, sem perder qualidade de vida.

6. Concluindo

Quando você precisa assumir uma postura de responsabilidade e souber lidar com estas consequências de conquistas e resultados falhos, você começa a perceber a real dinâmica do mundo corporativo.

Da mesmo que este artigo apresenta uma forma de você perceber empresas feitas para vencer com breves adaptações você pode definir também que serve para “pessoas feitas para vencer”.

Qual o seu comprometimento com o resultado final e com a equipe? Já consegui perceber que o coletivo deve estar acima do interesse individual?

Para finalizar nosso artigo de hoje, reflita: Você está remando junto com o barco ou está à deriva?

 

Até nosso próximo artigo!

 

Um forte abraço!

Ricardo